segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Nova Mulher de Médico

Já há algum tempo não escrevo aqui. Aprendi a me desapegar dos problemas de relacionamento, resolver as crises, mas ainda sinto falta de uma amiga que esteja na mesma situação e possa desabafar. Pois é, parece que encontrei. Recebi um e-mail dizendo como essa mulher se identificou com o blog e como a vida dela mudou a partir do dia em que seu namorado entrou para a faculdade de medicina (leia abaixo). A partir desse post, ela se torna a mais nova colaboradora do blog, que volta a todo vapor. Acompanhe:
NOVA MULHER DE FUTURO MÉDICO Nunca me identifiquei tanto com um blog ( http://mulherdemedico.blogspot.com ). Sei exatamente como é ser mulher de médico, já tendo passado por todos esses problemas, e a pior parte é perceber que as coisas só pioram com o tempo. No começo do namoro, meu médico fazia cursinho pré vestibular, não tinha tempo pra nada, mas eu procurava incentivar ao máximo, uma vez que a fase do cursinho era passageira e quando ele entrasse na faculdade tudo seria diferente. Certo? Errado! Ele entrou na faculdade e os problemas mudaram. Primeiro teve a comemoração da aprovação no vestibular, e foi ótimo, viajamos e foi tudo perfeito. Aproveitamos cada segundo, ambos muitos felizes pelo resultado, muito merecido por sinal, e eu mais feliz ainda, uma vez que acreditava que cada “sacrifício” seria recompensado e dali pra frente seria vida nova, meu namorado seria muito mais meu do que antes. O ritmo bom continuou por um tempo, até começar as aulas (nós dois estávamos de férias)... Na primeira semana de aula já não foi tão legal (pra mim pelo menos, pra ele foi ótimo). Não sei por que, mas os calouros de medicina têm uma atração que não da pra entender por trotes, chegarem pintados e bêbados, festas que eles pensam que vai ser diferente de todas as outras existentes no mundo, etc... E eu tentando ao máximo me controlar (tenho dificuldade nisso, realmente sou ciumenta) uma vez que era a primeira semana dele e que ele merecia isso. Ao mesmo tempo, pensando que eu também merecia mais consideração, já que estive do lado dele durante todo o período difícil. A semana “deslumbre” passou e fiquei aliviada com isso. Sabia que ele tinha a cabeça boa o suficiente pra não achar que a faculdade seria só aquilo, não fazia sentido ele esforçar tanto pra ir a festas de primeira semana. Logo ele começou a estudar muito e voltei a conhecer meu amor, que realmente estudava, estudava e estudava. Estudava tanto que começou a reclamar que estava perdendo muito tempo no caminho da faculdade que é na cidade vizinha onde moramos e que teria que mudar pra lá, pelo menos no primeiro período. DETESTEI essa idéia! Meu namorado não ia ser mais meu vizinho, não teria mais almoço juntos, caminhadas a tarde, eu em minhas crises de ciúmes não ia poder passar em frente a casa dele pra conferir se o carro estava na garagem quando ele me ligar pra dar boa noite mais cedo e o pior, ele ia morar numa republica com duas mulheres. Essa última era a que eu mais odiava e ao mesmo tempo a que me dava esperança, uma vez que eu sabia que ele era organizado demais pra morar em república e isso não duraria muito tempo. Eu estava certo. Não durou mais que o primeiro semestre e ele já está voltando (sendo que nos três primeiros meses ele já estava pirando pra voltar pra casa, mas tinha feito o contrato para seis meses). Parei pra ler o que escrevi até aqui e vi que só estou falando de problemas. E nosso relacionamento definitivamente não é assim. Ele é a melhor coisa que aconteceu em minha vida e eu não consigo me imaginar sem ele. Eu o amo de uma maneira que não sei como cabe dentro de mim e sei que isso é recíproco, o que faz valer a pena tudo que contei acima. Até mais, até muito mais, do que contei. Esse amor faz perceber que você não consegue manter o término com seu médico mesmo quando ele não vai no seu aniversário (nem sexta, nem sábado, nem domingo, sendo que o domingo era dedicado SÓ pra ficar com ele) porque teria uma prova na quarta. Mas é como eu sempre falo com ele: Se pudesse escolher não teria me apaixonado por ele. Mas aconteceu e agora eu não quero nem pensar na idéia de ficar sem ele. Queria ser rico o suficiente pra comprar uma faculdade (e mais tarde um hospital inteiro) só pra controlar todos os horários deixando meu médico só pra mim... Mas eu não posso fazer isso, e mesmo se pudesse tenho certeza que ele faria trabalho voluntário em qualquer lugar... Enfim, amo meu namorado muito mais que o suficiente pra dividi-lo com a medicina (só com a medicina). Sempre fui melhor escrevendo do que falando, consigo expressar melhor, e a partir de hoje vou usar essa maneira pra ir contando o que está acontecendo comigo e meu Dr.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi minha linda. Por acaso eu encontrei seu blog. Estava em casa chorando, me descabelando, lamentando em ter que ficar sozinha em casa enquanto meu marido vive de plantões e enterrada em minha cama onde minhas dores são infinitamente menores que as dos pacientes do meu Dr.
Confesso que fui compulsiva. Entrei aqui e li tudo, desde a sua primeira postagem, suas lamentações, suas insatisfações, todas mesmo desde as primeiras volumosas até começarem a ficar espaçadas até se tornarem raras.
Me vi. Parecia que eu quem havia escrito tudo aquilo e tenho certeza que essa deve ser a dor e a reclamação de muitas mulheres de médicos, mas vi também que precisava mudar, que precisava me valorizar, precisava continuar amando, mas também me amar, querer mais pra mim, não viver em função disso, do medo e insegurança da perda e da falta que ele me faz.
Não será fácil, vai ser dia após dia, mas voltarei aqui pra ver se continuamos parecidas e espero que mudemos juntas.
Abraço da nova amiga e obrigado.
Laura